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Stablecoins Lastreadas no Real Movimentam R$ 5 Bilhões e Ganham Espaço com Pix e Remessas

"Stablecoins Lastreadas no Real Movimentam R$ 5 Bilhões e Ganham Espaço com Pix e Remessas"

As stablecoins lastreadas no real brasileiro (BRL) movimentaram cerca de R$ 5 bilhões em 2024, revelando um avanço significativo na adoção de ativos digitais nacionais. A informação faz parte de um relatório divulgado pela Iporanga Ventures, que analisou o mercado de tokens atrelados ao real e destacou seu crescimento no uso de remessas internacionais e operações entre empresas (B2B).

Apesar de ainda modesto se comparado ao mercado de stablecoins em dólar americano (USD), o movimento mostra que há uma tendência de expansão, principalmente com o apoio de tecnologias como o Pix, que facilita a aquisição dos tokens e sua conversão para moedas estrangeiras.


Crescimento Impulsionado por Remessas e Pix

O estudo mostra que o principal uso das stablecoins BRL tem sido o envio de remessas internacionais. Usuários no Brasil utilizam o Pix para adquirir esses tokens e, em seguida, enviam os valores para o exterior. O processo inverso também ocorre, com a conversão de tokens para BRL diretamente via Pix, simplificando transferências de forma eficiente e com baixo custo.

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Em junho de 2025, o volume de stablecoins BRL em circulação atingiu R$ 70 milhões um crescimento de 70% em relação ao mesmo período do ano anterior. A concentração de mercado é alta: 96% dos tokens estão nas mãos das três principais emissoras.


Dólar Ainda É Preferido Como Reserva de Valor

Mesmo com o crescimento das stablecoins de real, a preferência dos investidores ainda está no dólar. Isso acontece porque o real não é visto como uma moeda de reserva de valor, ao contrário do dólar americano. Investidores buscam as stablecoins de USD como forma de se proteger contra a inflação e, principalmente, como forma de obter rendimentos indiretos de títulos do Tesouro dos EUA.

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O relatório da Iporanga destaca que, apesar de algumas iniciativas tentarem atrelar a Selic às stablecoins BRL, isso ainda não foi suficiente para torná-las atrativas como forma de investimento de longo prazo. Para muitos, essas stablecoins ainda são apenas um meio de transação rápida.


Aplicações B2B Ganham Relevância

Outro uso crescente está nos pagamentos corporativos e salariais internacionais. Empresas que possuem funcionários ou fornecedores no exterior estão usando stablecoins lastreadas em BRL para facilitar transferências, fugindo de altas taxas bancárias e burocracias tradicionais.

O consórcio BRL1, formado por empresas como Cainvest, Bitso, Foxbit e Mercado Bitcoin, é um dos principais responsáveis por esse movimento. O grupo desenvolve soluções voltadas para pagamentos entre empresas (B2B), com foco em eficiência, velocidade e segurança.


Tokenização e Mercado Financeiro

A tokenização é apontada como o próximo passo na evolução das stablecoins BRL. Com a possibilidade de usar tokens em mercados monetários e protocolos financeiros descentralizados, a tendência é que esses ativos digitais passem a ser utilizados em soluções mais sofisticadas inclusive como ferramentas para liquidação automatizada de transações e custódia descentralizada.

A ideia é que, no futuro, stablecoins de real possam fazer parte de um ecossistema digital mais amplo, permitindo transações em tempo real, redução de intermediários e maior controle para os usuários.


Fragmentação da Liquidez Ainda é um Desafio

Apesar das iniciativas promissoras, a Iporanga Ventures alerta para um problema: o excesso de emissores de stablecoins BRL. Essa multiplicidade de tokens pode acabar fragmentando a liquidez do mercado, dificultando a padronização e interoperabilidade entre plataformas.

No entanto, há esforços em andamento para resolver esse gargalo, como o foco em casos de uso mais específicos e a emissão por bancos e instituições reguladas.


Jovens Brasileiros Mostram Interesse em Stablecoins

Outro dado interessante vem de uma pesquisa realizada pela plataforma Oobit, que revelou que 85% dos jovens brasileiros têm interesse em usar stablecoins para compras no dia a dia. Esse número mostra que o mercado nacional está mais receptivo a novas tecnologias financeiras e que o uso de tokens pode extrapolar o nicho de remessas e pagamentos B2B em breve.

Esse comportamento também reflete uma maior confiança dos jovens na digitalização da economia, impulsionada por soluções como carteiras digitais, Pix e o avanço das fintechs.


Conclusão

As stablecoins lastreadas no real brasileiro ainda não atingiram o patamar de destaque global, mas apresentam um crescimento consistente, principalmente em áreas como remessas internacionais e pagamentos corporativos. Com o avanço do Pix, a digitalização da economia e o interesse dos jovens, esses ativos podem desempenhar um papel cada vez mais relevante no cenário financeiro nacional.

Se houver um esforço coordenado entre emissores, empresas e regulamentadores, o Brasil pode se tornar uma referência no uso de stablecoins em moeda local. O futuro do real digital pode estar mais próximo do que imaginamos.

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