CleanSpark anuncia nova rodada bilionária de captação
A CleanSpark, uma das principais empresas de mineração de Bitcoin listadas na Nasdaq, anunciou uma nova rodada de captação no valor de US$ 1,15 bilhão em notas conversíveis seniores, com o objetivo de expandir suas operações de mineração e infraestrutura de data centers.
O anúncio, feito na terça-feira, marca um passo importante na estratégia da companhia de diversificação de receitas, especialmente em um momento em que o setor de mineração busca alternativas de crescimento diante da pressão pós-halving e da crescente demanda por infraestrutura de inteligência artificial (IA).
A CleanSpark estima levantar US$ 1,13 bilhão líquidos, podendo chegar a US$ 1,28 bilhão caso os compradores exerçam suas opções de compra adicionais. A conclusão da oferta está prevista para 13 de novembro de 2025, sujeita às condições de fechamento.
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Destinação dos recursos: expansão e recompra de ações
Segundo o comunicado oficial, a empresa destinará US$ 460 milhões da captação para recomprar ações ordinárias de investidores, em uma operação privada ao preço de US$ 15,03 por ação, equivalente ao fechamento na Nasdaq na segunda-feira.
O restante dos recursos será alocado em diversas frentes estratégicas:
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- Expansão do portfólio de energia e terrenos da empresa;
- Desenvolvimento de infraestrutura de data centers;
- Pagamento de créditos garantidos por Bitcoin;
- Cobertura de despesas corporativas gerais.
A movimentação ocorre quase um ano após a CleanSpark ter concluído uma oferta privada semelhante de US$ 550 milhões em notas conversíveis, realizada em dezembro de 2024.
Com essa nova rodada, a companhia reforça seu compromisso em crescer de forma sustentável, aproveitando a infraestrutura já existente para ampliar sua presença no mercado global de mineração e tecnologia.
CleanSpark: segunda maior mineradora de Bitcoin do mundo
Atualmente, a CleanSpark ocupa a segunda posição entre as maiores mineradoras de Bitcoin do mundo, ficando atrás apenas da Marathon Holdings.
De acordo com dados do portal BitcoinMiningStock.io, a CleanSpark mantém uma taxa de hash operacional de 46,6 exahashes por segundo (EH/s) um número que representa uma capacidade computacional impressionante e reflete a eficiência da empresa no setor.
Essa liderança operacional posiciona a CleanSpark como uma das companhias mais preparadas para enfrentar os desafios do próximo ciclo do Bitcoin, incluindo as mudanças estruturais causadas pelo halving e as flutuações no preço da criptomoeda.
Mineração e Inteligência Artificial: uma nova fronteira de oportunidades
Nos últimos meses, várias mineradoras de Bitcoin têm migrado parte de suas operações para a infraestrutura de Inteligência Artificial (IA).
A estratégia busca diversificar receitas e otimizar o uso de energia e data centers, aproveitando a crescente demanda global por capacidade computacional para IA e machine learning.
Em 20 de outubro, a CleanSpark anunciou oficialmente sua expansão para o setor de IA, o que fez suas ações dispararem 13% em um único dia, segundo o Cointelegraph.
“Temos revisado todo o portfólio desde os princípios básicos para avaliar a adequação à IA e identificamos a Geórgia como uma região estratégica tanto para conversão potencial quanto para expansão”, afirmou Scott Garrison, diretor de desenvolvimento e vice-presidente executivo da CleanSpark.
Essa guinada mostra que a CleanSpark está de olho em um mercado bilionário e em rápida ascensão, que une a mineração tradicional de criptomoedas com as novas demandas por processamento de dados intensivo.
Parcerias e contratos bilionários impulsionam a transição
A estratégia da CleanSpark segue o mesmo caminho de outras grandes mineradoras que já firmaram acordos relevantes com empresas de tecnologia.
No início de novembro, a mineradora IREN assinou um contrato de US$ 9,7 bilhões com a Microsoft para fornecer acesso a GPUs Nvidia hospedadas em seus data centers.
Da mesma forma, em junho, a Core Scientific fechou um acordo de US$ 3,5 bilhões com a CoreWeave, provedor de nuvem de IA, para fornecer 200 megawatts adicionais de infraestrutura para computação de alto desempenho (HPC).
Esses contratos, que somam mais de US$ 13 bilhões em investimentos combinados, demonstram o potencial de integração entre mineração e IA.
No caso da Core Scientific, essa transição foi decisiva: após entrar com pedido de falência em 2022, a empresa conseguiu retornar à Nasdaq dois anos depois, impulsionada pela rentabilidade do segmento de IA.
Um movimento inevitável: mineração e IA convergem
A expansão da CleanSpark para a inteligência artificial reflete uma tendência clara do mercado: as mineradoras de Bitcoin estão se transformando em provedores de infraestrutura digital.
Com a IA exigindo grandes volumes de energia e poder computacional, as mineradoras que já possuem data centers de alta capacidade estão naturalmente posicionadas para atender à nova demanda global por processamento de dados.
A combinação entre blockchain, mineração e IA cria um ecossistema híbrido, no qual empresas como a CleanSpark podem gerar novas fontes de receita sem depender exclusivamente da volatilidade do Bitcoin.
Especialistas afirmam que essa sinergia tecnológica será um dos principais motores de crescimento da próxima década, impulsionando a digitalização da economia e o surgimento de novas oportunidades para o setor cripto.
Conclusão
Com a captação de US$ 1,15 bilhão, a CleanSpark reforça sua posição de liderança na mineração de Bitcoin e se prepara para entrar com força no setor de Inteligência Artificial.
A empresa mostra que, em um mercado cada vez mais competitivo e volátil, diversificar é essencial para garantir sustentabilidade e crescimento.
Se a expansão for bem-sucedida, a CleanSpark poderá consolidar-se não apenas como uma gigante da mineração, mas também como uma referência global em infraestrutura de dados e computação de alta performance.

