Bitcoin Recupera Força e Retoma os US$ 111 Mil
O Bitcoin (BTC) iniciou a sexta-feira (24) em forte recuperação, subindo 3% e ultrapassando novamente a faixa dos US$ 111 mil, após dias de volatilidade intensa no mercado.
O movimento foi impulsionado por fatores técnicos, institucionais e políticos, que reforçaram o sentimento de otimismo entre investidores.
Segundo dados de mercado, o BTC chegou a atingir R$ 599.173,95, mostrando resiliência mesmo diante de tensões geopolíticas e da incerteza macroeconômica global.
Otimismo Técnico: BTC Mantém Suporte e Mira os US$ 117 Mil
De acordo com Marco Aurélio Moreira, CIO da Vault Capital, enquanto o preço do Bitcoin se mantiver acima de US$ 110 mil, há espaço para avanço até US$ 113.500 e, posteriormente, US$ 117 mil.
Anúncios
“Tecnicamente, o ativo preserva estrutura de alta enquanto permanecer acima dos US$ 110 mil. Um fechamento diário acima de US$ 113.500 reforçaria a chance de retomar o caminho rumo às máximas históricas”, afirmou o analista.
Por outro lado, uma perda do suporte de US$ 110 mil poderia levar o ativo de volta à região de US$ 107 mil, com suporte secundário em US$ 104 mil.
O resultado do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que será divulgado ainda hoje, pode ser o divisor de águas. Se o dado indicar desaceleração inflacionária, o apetite por risco deve crescer beneficiando diretamente o Bitcoin e outros criptoativos.
Anúncios
Cenário Global Favorece Apetite por Risco
Os mercados asiáticos também contribuíram para o sentimento positivo. Segundo André Franco, CEO da Boost Research, os bons resultados corporativos da Intel e as expectativas otimistas para a reunião entre Donald Trump e Xi Jinping fortaleceram o apetite por risco global.
“O Bitcoin acompanha o bom humor das bolsas. A retomada do diálogo comercial EUA–China e a alta do ouro em 0,3% para US$ 4.138 indicam que o mercado está buscando equilíbrio”, disse Franco.
Com o dólar estável e o ouro em alta, o BTC opera entre US$ 108 mil e US$ 112 mil, com viés altista enquanto persistir o cenário pró-risco.
Perdão de Trump a CZ Melhora o Clima Regulatório
Um dos principais gatilhos do otimismo recente foi o perdão presidencial de Donald Trump a Changpeng Zhao (CZ), fundador da Binance.
A medida foi interpretada como um sinal de reaproximação entre o governo americano e o setor de criptomoedas, fortalecendo a visão de que o novo mandato republicano será mais amigável à inovação digital.
Logo após o anúncio, o BNB subiu 4,4%, e o Bitcoin avançou 2,1% em poucas horas.
Trump, que vem se autodenominando “o presidente pró-Bitcoin”, prometeu reduzir barreiras regulatórias e incentivar a repatriação de empresas cripto para os Estados Unidos.
Mesmo sob críticas de parlamentares democratas, o mercado reagiu positivamente, apostando em maior clareza regulatória e novos fluxos institucionais.
Baleias e Fundos Continuam Acumulando BTC
Os dados on-chain reforçam o otimismo técnico.
As baleias médias (carteiras entre 100 e 1.000 BTC) aumentaram suas posições, somando um crescimento anualizado de mais de 900 mil BTC.
Atualmente, 67% de todo o fornecimento de Bitcoin está inativo há mais de um ano, demonstrando confiança de longo prazo.
Além disso, os ETFs de Bitcoin registraram entradas líquidas de US$ 20 milhões na semana, com destaque para o IBIT da BlackRock, que atraiu US$ 108 milhões em novos aportes.
Já os fundos de Ethereum viram saídas de US$ 128 milhões, indicando um reposicionamento institucional favorável ao Bitcoin.
Pressão de Short Squeeze Impulsiona o Preço
O mercado de derivativos também teve papel crucial na alta.
Nesta sexta-feira, US$ 5,1 bilhões em opções de Bitcoin expiraram, forçando uma recompra de posições vendidas (short squeeze).
Com o BTC mantendo-se acima dos US$ 108 mil, os vendedores tiveram de recomprar contratos para reduzir perdas alimentando o movimento de alta.
O interesse aberto acima de US$ 120 mil ultrapassou US$ 2 bilhões, o que sinaliza confiança dos investidores institucionais em uma nova perna de valorização.
Divergência Entre Varejo e Institucionais: Oportunidade no Radar
Enquanto pequenos investidores (varejo) reduziram posições e realizaram lucros, grandes carteiras e fundos continuam acumulando.
Segundo o analista @Checkmatey, 231 carteiras com mais de 10 BTC aumentaram suas posições em outubro, enquanto 37 mil carteiras menores venderam.
Esse cenário é típico de acumulação institucional, fase que costuma anteceder movimentos de alta.
O preço médio de compra dessas entidades está entre US$ 104 mil e US$ 110 mil, zona técnica que agora funciona como forte suporte estrutural.
Mercado Mais Saudável e Menos Alavancado
Após semanas de liquidações recordes, a alavancagem no mercado caiu 17% no mês, tornando as negociações mais estáveis.
O volume de liquidações também recuou, e o índice de medo e ganância (Fear & Greed Index) subiu para 32 pontos, indicando otimismo cauteloso longe de níveis de euforia.
Com a pressão de venda reduzida e o aumento do interesse institucional, o Bitcoin começa a consolidar uma base sólida de suporte técnico e psicológico.
Análise Técnica: Resistências-Chave e Alvos Futuros
Na análise gráfica, o Bitcoin enfrenta resistência em US$ 110,5 mil, que tem limitado o avanço nas últimas semanas.
Segundo o analista @cryptoWZRD_, o momento é de “impasse técnico”:
“O BTC precisa fechar acima dos US$ 115 mil para confirmar força compradora. Caso contrário, pode recuar até US$ 104 mil antes de novo impulso.”
Se romper essa barreira, o próximo alvo é US$ 120 mil, zona que coincide com a média móvel de 30 dias em US$ 113 mil nível acompanhado de perto por traders e fundos quantitativos.
Conclusão: Bitcoin em Zona de Consolidação Saudável
Apesar das tensões geopolíticas e da cautela dos pequenos investidores, o Bitcoin mostra sinais claros de força e maturidade.
O movimento atual combina acúmulo institucional, alívio regulatório e melhora no sentimento global, fatores que podem sustentar a criptomoeda acima dos US$ 110 mil nas próximas semanas.
Se os dados de inflação dos EUA confirmarem desaceleração e o ambiente político continuar favorável, o BTC pode abrir caminho para testar novamente a região dos US$ 120 mil ainda em outubro.


