Bitcoin encontra resistência em US$ 110 mil enquanto o mercado aguarda novos sinais de força
O Bitcoin (BTC) iniciou a semana com uma tentativa frustrada de romper a marca dos US$ 110 mil, patamar considerado essencial por traders para que o mercado retome o fôlego altista. O movimento foi acompanhado de perto por analistas e investidores, que observaram uma forte concentração de liquidez nos livros de ordens, indicando uma batalha intensa entre compradores e vendedores.
Na manhã de 9 de julho, o par BTC/USD atingiu US$ 109.777 na corretora Bitstamp, segundo dados do Cointelegraph Markets Pro e do TradingView. Porém, logo após esse pico, o preço recuou, mantendo-se dentro de uma faixa estreita de consolidação.
Liquidez em zonas críticas reforça pressão de venda
O comportamento do mercado reforça um cenário de resistência técnica. Dados da plataforma CoinGlass revelam que há uma concentração significativa de ordens de compra e venda nos níveis de US$ 108.500 e US$ 110.500. Esse acúmulo de liquidez tem impedido o Bitcoin de avançar com consistência.
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Segundo o trader Jelle, que compartilhou sua análise no X (antigo Twitter), “quase toda a liquidez está acima do preço atual. Stops acima dos US$ 110 mil não estão seguros”. Em sua avaliação, uma vez que essa barreira for superada, o BTC pode ganhar força e alcançar a região dos US$ 130 mil.
Essa projeção, no entanto, depende de uma série de fatores técnicos e macroeconômicos que estão moldando o atual momento do mercado.
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Padrões gráficos e RSI indicam possível reversão
O trader BitBull destacou uma análise baseada no Índice de Força Relativa (RSI), um dos principais indicadores técnicos usados para medir o momento de mercado. Em sua visão, o gráfico de 3 dias do RSI, aliado ao comportamento de preço do BTC, forma um padrão de ombro-cabeça-ombro invertido, conhecido por sinalizar reversões altistas.
“Para confirmar a alta, precisamos de uma dessas duas coisas: ou o fechamento do BTC acima dos US$ 110 mil por três dias consecutivos, ou o RSI acima de 70 nesse mesmo período”, explicou.
Esse padrão técnico sugere que, se confirmado, o Bitcoin poderá entrar em uma sequência positiva de 3 a 4 semanas, levando o mercado a novos patamares.
Macro: CPI dos EUA pode trazer alta volatilidade
Além dos indicadores técnicos, o mercado de criptomoedas está atento ao cenário macroeconômico global. A expectativa gira em torno do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que será divulgado na próxima semana e pode se tornar um gatilho de volatilidade para ativos de risco.
A QCP Capital, empresa especializada em trading, destacou que o CPI faz parte da narrativa atual sobre inflação e política monetária. Com os recentes dados fortes de emprego nos EUA, o otimismo quanto a cortes na taxa de juros diminuiu. Isso teve impacto direto nas projeções para 2025, que caíram de 2,5 cortes para 2 cortes estimados, e praticamente eliminou as chances de um corte já em julho.
“Com uma guerra comercial reacendida, um Fed mais agressivo e condições de liquidez mais apertadas, o cenário está montado para uma volatilidade elevada”, afirmou o relatório da QCP.
Esses fatores criam um ambiente de incerteza, que pode influenciar significativamente o comportamento dos preços de ativos como o Bitcoin.
Fluxos institucionais sustentam o BTC em meio à incerteza
Apesar do cenário macroeconômico instável, o BTC permanece “bem demandado”, de acordo com a QCP Capital. A fraqueza do dólar americano tem sido um fator de suporte, junto aos fluxos institucionais consistentes, que continuam alimentando o interesse pelo ativo digital.
Empresas e fundos continuam ampliando sua exposição a criptomoedas, especialmente em um momento em que os mercados tradicionais apresentam sinais de desaceleração e fragilidade. Essa movimentação pode funcionar como uma rede de proteção contra uma possível correção mais acentuada.
Além disso, com o Bitcoin sendo cada vez mais percebido como uma reserva de valor digital, os investidores institucionais veem oportunidades em cenários de alta volatilidade.
Conclusão: Bitcoin em ponto crítico de decisão
O Bitcoin se encontra em uma zona de decisão técnica e macroeconômica. A resistência em US$ 110 mil representa mais do que apenas um número — é um símbolo de confiança dos investidores em uma retomada de alta mais sólida. No entanto, a concentração de liquidez e a ausência de catalisadores claros dificultam esse avanço no curto prazo.
A divulgação do CPI dos EUA poderá ser o fator determinante nos próximos dias, podendo tanto destravar o caminho para novas máximas quanto acentuar a consolidação. Enquanto isso, o mercado segue em alerta, observando com atenção tanto os gráficos quanto os indicadores econômicos.
Aviso: Este é um artigo informativo. Não se trata de recomendação de compra, venda ou investimento em qualquer ativo financeiro. O mercado de criptomoedas é altamente volátil e envolve riscos. Antes de tomar qualquer decisão, recomenda-se que o leitor faça sua própria análise ou consulte um profissional qualificado.
