O Bitcoin (BTCUSD) voltou a cair nesta quinta-feira (30), atingindo o fundo da sua faixa local em torno de US$ 107 mil, após o Federal Reserve (Fed) anunciar um novo corte na taxa de juros dos Estados Unidos.
A queda acontece em meio a um cenário de liquidações massivas e incertezas geopolíticas, reacendendo o temor de uma correção mais profunda no mercado cripto.
Bitcoin perde suporte após corte de juros
De acordo com dados do Cointelegraph Markets Pro e do TradingView, o preço do Bitcoin chegou a cair para US$ 107.000, nível que marca o suporte mais importante da faixa local de negociação.
O movimento foi acompanhado por forte volatilidade nas bolsas norte-americanas, que também recuaram após o Fed cortar os juros em 0,25%.
Apesar de o corte normalmente ser interpretado como um estímulo à economia e, por consequência, aos ativos de risco o mercado reagiu com cautela.
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Segundo analistas, o corte veio em um momento de tensão comercial entre Estados Unidos e China, o que aumentou a incerteza entre investidores.
Um possível acordo comercial entre Donald Trump e Xi Jinping, ainda sem confirmação oficial, também influenciou o sentimento do mercado.
Em publicação na Truth Social, Trump declarou que teve uma “reunião excelente com o presidente Xi” e que “muitos pontos importantes estão próximos de serem resolvidos”.
Mesmo assim, o acordo ainda não foi formalizado, e investidores seguem adotando uma postura mais defensiva.
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Mercado global reage com cautela
Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq Composite abriram em queda, o ouro voltou a subir, ultrapassando novamente os US$ 4.000 por onça sinal clássico de aversão ao risco.
O movimento também afetou o mercado cripto, com liquidações em massa penalizando especialmente os traders que apostaram na alta.
De acordo com dados do CoinGlass, as liquidações nas últimas 24 horas ultrapassaram US$ 1,1 bilhão, uma das maiores do mês.
Esse tipo de evento, conhecido como flush de liquidez, geralmente ocorre quando traders alavancados são forçados a encerrar suas posições, ampliando a volatilidade e intensificando as quedas.
Traders divergem sobre o próximo movimento
As opiniões entre analistas e traders estão divididas sobre o que vem a seguir.
O trader CrypNuevo minimizou a queda, afirmando que o movimento faz parte do padrão “habitual” do Bitcoin após reuniões do Fed.
“Nada com que se preocupar em termos de estrutura ou tendência. O preço está apenas corrigindo os novos desequilíbrios criados após o anúncio do Fed”, disse ele em postagem no X (antigo Twitter).
CrypNuevo destacou ainda que o Bitcoin preencheu sua mais recente “gap” no mercado futuro da CME Group, o que normalmente indica estabilização de curto prazo.
Já o trader Roman adotou uma postura mais cautelosa.
Segundo ele, o fato de o Bitcoin não ter acompanhado as bolsas de valores nos momentos de alta é preocupante:
“Se as ações começarem a reverter, o Bitcoin pode enfrentar uma nova onda de queda”, alertou.
Essa correlação inversa entre o BTC e os principais índices de ações reforça o risco de que uma correção nas bolsas possa provocar perdas de até 30% no Bitcoin, segundo alguns analistas técnicos.
Outubro no vermelho pela primeira vez desde 2018
Com a queda recente, outubro de 2025 caminha para ser o primeiro mês negativo para o Bitcoin desde 2018, de acordo com o CoinGlass.
O ativo acumula leve perda mensal e rompe uma sequência de desempenhos positivos, já que historicamente outubro é um dos meses mais fortes para o BTC com ganho médio de cerca de 20% desde 2013.
Esse desempenho fraco sugere que o sentimento de mercado ainda é dominado pela incerteza. O índice de medo e ganância permanece em 35 pontos, zona de medo moderado, refletindo cautela entre investidores institucionais e de varejo.
Atenção ao suporte de US$ 107 mil
Tecnicamente, US$ 107 mil é o nível de suporte mais importante no curto prazo.
Caso o Bitcoin perca esse patamar, analistas apontam alvos em US$ 104 mil e US$ 98 mil, regiões que concentram liquidez e ordens pendentes de compra.
Por outro lado, uma recuperação acima de US$ 111 mil poderia devolver confiança aos touros e reabrir espaço para uma reversão altista moderada.
Com a pressão de liquidação e o cenário macroeconômico volátil, o comportamento dos grandes investidores as baleias será determinante.
Dados on-chain mostram que esses players reduziram temporariamente suas compras, preferindo aguardar novas definições do Fed e dos mercados globais antes de retomar posições de longo prazo.
Conclusão
A queda do Bitcoin para US$ 107 mil após o corte de juros do Federal Reserve marca mais um capítulo de volatilidade pós-decisão do Fed.
Com liquidações superiores a US$ 1 bilhão e um cenário de incerteza internacional, o mercado cripto entra em modo defensivo.
Embora analistas como CrypNuevo vejam o movimento como uma correção natural, outros alertam para uma possível queda mais acentuada caso o Bitcoin não consiga se manter acima dos US$ 107 mil.
Para investidores, o momento pede cautela e foco no longo prazo, já que o comportamento das baleias e das bolsas de valores continuará ditando o ritmo do mercado nas próximas semanas.

