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ETFs de Bitcoin Registram Saídas de Mais de US$ 2 Bilhões em Uma Semana Enquanto Mercado Reage à Incerteza Jurídica nos EUA

ETFs de Bitcoin Registram Saídas de Mais de US$ 2 Bilhões em Uma Semana Enquanto Mercado Reage à Incerteza Jurídica nos EUA

ETFs de Bitcoin sofrem segunda pior sequência de saídas da história

Os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin à vista nos Estados Unidos enfrentaram uma das semanas mais desafiadoras desde o início de 2025. Segundo dados da Farside Investors, as saídas líquidas ultrapassaram US$ 2,04 bilhões em apenas seis dias consecutivos de resgates a segunda pior sequência já registrada pelo setor.

Na quarta-feira (5), os ETFs acumularam mais US$ 137 milhões em retiradas, encerrando uma maratona negativa que começou no dia 29 de outubro. O movimento de saída reforça a cautela dos investidores institucionais diante da volatilidade crescente do mercado cripto e das incertezas macroeconômicas globais.

O pior dia foi na terça-feira, quando os fundos registraram US$ 566 milhões em resgates, seguido por outras sessões com US$ 470 milhões, US$ 488 milhões e US$ 191 milhões em saídas. O fluxo negativo só perde para o colapso de fevereiro, quando os ETFs tiveram mais de US$ 3,2 bilhões em saídas em uma única semana, puxadas por retiradas diárias de até US$ 1,11 bilhão.

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Contexto macro: incerteza política e jurídica pressiona o mercado cripto

O cenário macroeconômico norte-americano também tem contribuído para a pressão sobre os fundos de criptomoedas. A Suprema Corte dos EUA iniciou audiências sobre a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), usada pelo presidente Donald Trump para impor tarifas comerciais à China.

De acordo com analistas da Bitunix, a possibilidade de uma decisão contrária ao governo norte-americano trouxe novas incertezas fiscais e reacendeu a aversão ao risco no mercado.

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“Mesmo que a Suprema Corte decida contra o uso da IEEPA, outras leis podem ser empregadas para manter o controle sobre o comércio internacional”, afirmou a corretora.

O resultado desse processo pode redefinir o equilíbrio entre o poder Executivo e o Congresso nas decisões comerciais, o que impacta diretamente o apetite por risco e, consequentemente, os ativos digitais.

A nota da Bitunix também destacou que o dólar americano se fortaleceu diante da incerteza, impulsionado pela busca por ativos considerados de refúgio. Esse movimento tem afetado negativamente o Bitcoin (BTC), que voltou a ser negociado próximo dos US$ 100 mil.


ETFs de Ethereum também enfrentam pressão

A pressão vendedora não se limita ao Bitcoin. Os ETFs de Ethereum (ETH) à vista registraram US$ 118,5 milhões em saídas líquidas na quarta-feira, marcando o sexto dia consecutivo de resgates.

Entre os emissores, o ETHA da BlackRock liderou as retiradas com US$ 146,6 milhões, enquanto os produtos da Bitwise (ETHW) e VanEck (ETHV) permaneceram praticamente estáveis.

Apesar das saídas recentes, o saldo acumulado dos fundos de Ethereum ainda permanece positivo, com mais de US$ 13,9 bilhões em entradas totais desde o início do ano.

Analistas apontam que o fluxo negativo atual reflete realizações de lucro e redução de exposição institucional, após meses de forte valorização do ETH. Ainda assim, há expectativa de que o ativo encontre suporte técnico próximo a US$ 3.000, o que poderia estimular uma retomada de compras nas próximas semanas.


Solana se destaca com fluxo positivo e desempenho resiliente

Em meio à onda de retiradas dos ETFs de Bitcoin e Ethereum, a Solana (SOL) vem mostrando resiliência. Os ETFs baseados na blockchain registraram US$ 9,7 milhões em entradas líquidas na quarta-feira, completando sete dias consecutivos de fluxos positivos.

Desde o lançamento, os fundos de Solana acumularam US$ 294 milhões em aportes, um desempenho expressivo em comparação com os grandes players do setor.

Especialistas veem o aumento do interesse institucional em Solana como resultado de seu crescimento no ecossistema DeFi e do forte desempenho técnico de sua rede. Além disso, a diversificação dos investidores para além do Bitcoin e do Ethereum reflete uma mudança estrutural no perfil do mercado cripto.


Impactos no sentimento do investidor

O conjunto de fatores macroeconômicos e jurídicos tem mantido o sentimento do mercado em níveis de cautela elevada. O Índice de Medo e Ganância (Fear & Greed Index) caiu para 34 pontos, indicando que a maioria dos investidores permanece receosa com os movimentos de curto prazo.

Apesar disso, alguns analistas acreditam que as saídas recentes podem representar uma fase temporária de ajuste, e não o início de uma tendência de longo prazo.

“As retiradas dos ETFs refletem mais uma realocação de liquidez do que uma fuga definitiva. Com o cenário regulatório mais claro, veremos um retorno gradual do capital institucional”, afirmou o analista Michael Reeves, da Bloomberg Intelligence.


O que esperar daqui para frente

Enquanto o mercado aguarda o desfecho do caso das tarifas na Suprema Corte e novos dados macroeconômicos dos EUA, o Bitcoin continua testando níveis de suporte entre US$ 100 mil e US$ 105 mil.

Um fechamento semanal acima de US$ 107 mil seria considerado um sinal positivo, podendo indicar uma recuperação gradual dos fluxos para os ETFs. Já uma quebra abaixo de US$ 100 mil poderia acionar uma nova rodada de liquidações e pânico no mercado de derivativos.

Para os investidores de longo prazo, o momento ainda é visto como uma oportunidade de acumulação, especialmente com a aproximação do próximo halving do Bitcoin, previsto para o primeiro semestre de 2026.


Conclusão:
O mercado de ETFs de criptomoedas enfrenta uma fase de ajuste natural após meses de forte entrada de capital. As saídas bilionárias refletem uma combinação de fatores incerteza política, ajustes de risco e volatilidade global, mas não alteram a tese de crescimento de longo prazo para os ativos digitais.

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