Uma investigação da Reuters revelou que empreendimentos ligados à família Donald Trump geraram aproximadamente US$ 802 milhões em receitas relacionadas a criptomoedas no primeiro semestre de 2025.
Esses valores superam de longe os ganhos com negócios tradicionais da família no período, e envolvem tokens como WLFI, memecoin TRUMP e a stablecoin USD1.
A seguir, exploramos como esses fluxos ocorreram, quem são os participantes, os riscos regulatórios e o impacto para o mercado cripto.
O que é o token WLFI e como gerou receitas
O projeto World Liberty Financial (WLFI) foi lançado no final de 2024, com participação da família Trump.
Segundo o “Gold Paper” da WLFI, uma entidade controlada pelos Trump tem direito a 75% das receitas das vendas de tokens, após despesas.
Na primeira metade de 2025, as vendas do token foram estimadas em US$ 618 milhões, das quais aproximadamente US$ 463 milhões teriam ido para a família Trump.
Isso mostra como o token se tornou uma importante fonte de caixa para os empreendimentos familiares superando negócios tradicionais como imóveis, licenciamento e golfe.
A memecoin TRUMP e a geração rápida de receitas
Em 17 de janeiro de 2025, foi lançado o token TRUMP, com grande movimentação no mercado.
A Reuters estimou vendas da ordem de US$ 672 milhões no período, atribuindo cerca de US$ 336 milhões à família Trump (assumindo participação de 50%).
Esses projetos, junto com o WLFI, compondo mais de US$ 800 milhões em receitas, mostram a escala inédita das iniciativas cripto da família.
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Stablecoin USD1 e rendimentos financeiros
Além dos tokens, a iniciativa envolvia a stablecoin USD1, lastreada em títulos do Tesouro americano e outras reservas.
As reservas atreladas à USD1 teriam rendimentos anuais estimados em cerca de US$ 80 milhões, parte dos quais estaria ligada à participação da Trump Organization (~38%).
Essa estrutura combina vendas de tokens com rendimento passivo, criando múltiplas fontes de receita cripto.
Quem comprou os tokens? Participação estrangeira e concentração
A investigação aponta que muitos dos compradores dos tokens WLFI são endereços pseudônimos, com forte presença estrangeira.
Um exemplo citado foi a fundação Aqua1 que teria investido cerca de US$ 100 milhões em WLFI.
Essa entrada de capital externa levanta questionamentos sobre governança, conformidade regulatória e possíveis conflitos de interesse.
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Mudança regulatória e riscos de governança
O período coincide com uma redução na fiscalização sobre criptoativos nos EUA como a dissolução de equipes de aplicação de leis criminais ligadas a cripto.
Especialistas chamam atenção para o fato de que o presidente supervisiona políticas cripto enquanto sua família se beneficia de grandes lucros no setor algo que pode configurar conflitos de interesse, mesmo que não ilegal.
Esse cenário coloca o debate sobre transparência, regulação e independência de autoridade no centro da discussão cripto-política.
Impactos e implicações para o mercado cripto
A escala das receitas levantadas pela família Trump por meio de tokens e stablecoins evidencia como projetos de cripto podem gerar fluxos financeiros vultosos e rápidos.
Para o mercado, isso reforça a necessidade de avaliar não só a tecnologia, mas também a estrutura de governança, origem dos compradores, jurisdição e riscos regulatórios.
Também mostra como a política, marca pessoal e temas institucionais podem se cruzar com o universo cripto — o que pode afetar confiança, adoção institucional e regulação futura.
Conclusão
A emissão e venda dos tokens WLFI, TRUMP e a stablecoin USD1 marcaram um giro significativo no portfólio financeiro da família Trump, gerando estimadas receitas de US$ 802 milhões no primeiro semestre de 2025.
Esses casos ilustram como criptoativos podem transformar modelos de negócio tradicionais e levantar questões de ética, regulamentação e transparência.
Para investidores, reguladores e participantes do setor, esses eventos servem como um alerta: o ecossistema cripto está cada vez mais ligado a interesses corporativos, marca pessoal e política e isso exige atenção redobrada.
